A capacidade do ser humano nunca pode ser subestimada. A recorrência do acontecimento é assustadora e a cultura do estupro tem sido muito minimizada. A prática não consensual de sexo envolvendo penetração ou não, violência ou ameaça de umas das partes é considerada estupro. Ponto.
Já a cultura do estupro é a normalização da violência sexual. É culpabilizar a vítima. É justificar o ato por causa da roupa ou do comportamento de uma mulher. É propagar essa atitude em filmes, boates, músicas e outros meios.
Reparem em alguns trechos da música Malandramente, de MC Nandinho e Mc Nego Bam:
“Malandramente
Fiz cara de carente
Envolvida com a tropa
Começou a seduzir”
“Ah Safada!
Na hora de ganha madeirada
A menina meteu o pé pra casa
E mandou um recadinho pra mim
Nois se vê por ai”
Fiz cara de carente
Envolvida com a tropa
Começou a seduzir”
“Ah Safada!
Na hora de ganha madeirada
A menina meteu o pé pra casa
E mandou um recadinho pra mim
Nois se vê por ai”
Esse é apenas um exemplo dessa cultura machista. Sim, machista. E propagada pelos mesmos. “Na hora de ganha madeirada”, que mundo é esse que aceita e acha normal a existência de uma música desse tipo?
O estuprador pode ser qualquer um. Assim como o sociopata ou o ladrão. Engana-se quem acha que pode apontar um estereótipo para esse gênero.
O problema é tanto de social quanto estrutural. Como encorajar mulheres a denunciar esses casos se até os delegados duvidam de sua veracidade?
Além de precisarmos falar sobre cultura do estupro, precisamos lutar para que sejamos ouvidas. Estupradores não passarão!